
A Juneyao Air, com sede em Xangai, decidiu adiar a entrega de um Boeing 787-9 Dreamliner que estava prevista para as próximas semanas, em meio à crescente tensão comercial entre China e Estados Unidos.
A empresa foi a primeira companhia aérea privada a receber jatos do modelo 787 Dreamliner na China, e segundo informou a agência Bloomberg, citando fontes com conhecimento direto do assunto, adiou as entregas dos novos Boeings.
A aeronave, avaliada em aproximadamente US$ 120 milhões de dólares americanos, seria incorporada à frota da companhia aérea neste mês, mas a empresa optou por postergar o processo devido ao impacto financeiro causado pelas novas tarifas impostas por Washington a produtos de origem chinesa, bem como pelas medidas de retaliação adotadas por Pequim, como informa o portal parceiro Aviacionline.
O conflito comercial se intensificou nesta sexta-feira, quando a China anunciou um aumento generalizado nas tarifas sobre todos os produtos norte-americanos, que arão a ter uma alíquota de 125% a partir de 12 de abril. Esse valor se soma a uma tarifa adicional de 20%, aplicada no início do ano, em resposta ao papel da China no tráfico de fentanil, elevando o total de tarifas impostas pelos Estados Unidos sobre produtos chineses a 145%.
A Boeing alertou publicamente que a escalada no conflito comercial pode afetar gravemente as cadeias de suprimentos, já pressionadas desde a pandemia e que apenas agora começavam a mostrar sinais de recuperação.
Segundo a Bloomberg, para a Juneyao Air, o adiamento da incorporação do 787-9 pode comprometer seus planos de expansão internacional, particularmente os voos previstos para a Europa neste verão no hemisfério norte, com destinos como Bruxelas e Atenas. Essas rotas dependiam da entrega de aeronaves de longo alcance, como o modelo da Boeing afetado pela decisão.
A frota atual da Juneyao Air é composta por 30 jatos Airbus A320, 27 do modelo A321, 22 aeronaves A320neo, 14 do modelo A321neo e 9 aviões Boeing 787-9 Dreamliner.