
Com o objetivo ambicioso de zerar as emissões de CO2 até 2050, a indústria da aviação enfrenta um desafio colossal, mas necessário, à luz das mudanças climáticas. No entanto, um estudo recente da Universidade de Cambridge revela que as ações em direção a essa meta ainda estão aquém do necessário.
Diante disso, os pesquisadores de Cambridge apresentaram quatro metas concretas que precisam ser implementadas nos próximos anos para iniciar uma transformação efetiva no setor.
A primeira medida proposta é a prevenção dos rastros de condensação. Esses rastros, visíveis no céu após a agem dos aviões, funcionam como uma camada isolante na atmosfera e contribuem significativamente para o aquecimento global. Estabelecer um sistema global para minimização desses rastros poderia diminuir o impacto ambiental da aviação em até 40%.
Em segundo lugar, os pesquisadores sugerem aumentar a eficiência do transporte aéreo, potencialmente por meio da redução da velocidade de voo. Diminuir a velocidade do ar em cerca de 15% pode prolongar um voo transatlântico em cerca de 50 minutos, mas também poderia resultar em uma economia de combustível de 5 a 7%.
Além disso, a substituição de aeronaves mais antigas por modelos novos é crucial, podendo reduzir o consumo de combustível pela metade até 2050.
A terceira meta foca na ampliação do uso de combustíveis de aviação sustentáveis (SAF). Atualmente, o SAF ainda é encontrado em quantidades limitadas. Os pesquisadores defendem uma reforma nas diretrizes que definem esses combustíveis, padronizando sua aplicação mundialmente para promover de forma eficaz o desenvolvimento e o uso do SAF.
Por fim, a iniciativa mais corajosa sugerida pelos estudiosos é o lançamento de programas de demonstração de tecnologia chamados de “moonshots”.
Estes se destinariam a avaliar, em ritmo acelerado, tecnologias inovadoras, como aeronaves de longo curso movidas a hidrogênio, e trazê-las ao mercado. Tal abordagem busca alcançar marcos tecnológicos que hoje parecem inalcançáveis.
Para os pesquisadores, essas são as medidas que o setor deve adotar, não apenas para continuar prosperando, mas para garantir que voar seja uma atividade sustentável no futuro, com benefícios não apenas para a indústria, mas para o planeta como um todo.