
A Boeing, uma das mais icônicas fabricantes de aeronaves do mundo, enfrenta desafios financeiros severos e anunciou que planeja reduzir aproximadamente 10% de sua força de trabalho nos próximos meses, ao mesmo tempo em que adia ainda mais o lançamento de seu modelo de fuselagem larga 777X. 566r4g
Essa decisão vem em consequência de uma greve prolongada de trabalhadores das fábricas situadas em Portland e Seattle, que atualmente impacta seriamente as finanças da empresa.
Em um memorando enviado aos funcionários na sexta-feira, o CEO Kelly Ortberg destacou que é “difícil exagerar nos desafios que enfrentamos juntos”, explicando que a companhia estará implementando cortes drásticos de custos. “Além de lidar com o nosso ambiente atual, a restauração de nossa empresa exige decisões difíceis, e teremos que fazer mudanças estruturais para garantir que possamos permanecer competitivos e atender nossos clientes a longo prazo”, afirmou Ortberg.
Os cortes de pessoal planeados afetarão não apenas os trabalhadores comuns, mas também executivos e gerentes. A Boeing já havia sinalizado suas dificuldades financeiras desde que dezenas de milhares de operários na região de Puget Sound entraram em greve após rejeitar um acordo provisório que incluía aumentos salariais significativos e outros benefícios.
Nos últimos dias, a empresa retirou sua última oferta não negociada, que apresentava um aumento de 30% e um bônus de ratificação de US$6.000, após as negociações mediadas pelo governo não resultarem em um consenso.
A executiva Stephanie Pope, presidente da divisão de aeronaves comerciais, atribuiu a responsabilidade pela falta de acordos ao sindicato IAM District 751, afirmando que suas demandas eram “muito além” do que a Boeing poderia arcar para manter a competitividade.
Os trabalhadores em greve, conhecidos como metalúrgicos, são responsáveis pela montagem de alguns dos aviões mais vendidos da Boeing, como o 737MAX, mas as linhas de montagem estão paradas há mais de quatro semanas.
Medidas de emergência já haviam sido implementadas em resposta à greve, que incluíram a proibição de voos em classe executiva para executivos durante viagens de trabalho e uma série de advertências de que os funcionários estariam temporariamente licenciados enquanto a situação se prolongasse. Em meio a essa reestruturação, a Boeing anunciou que o próximo ciclo de demissões seria suspenso.
A situação exige ações difíceis, reconheceu Ortberg, que se comprometeu a manter o foco total em segurança e qualidade. Além dos cortes, a Boeing também anunciou um novo atraso no projeto do 777X, informando que as companhias aéreas, incluindo Emirates, British Airways e Qatar Airways, deverão aguardar ainda mais tempo, com as primeiras entregas agora previstas apenas para 2026.