
A Boeing ofereceu a dezenas de milhares de trabalhadores em greve um aumento salarial de 35%, um bônus único de US$ 7.000 (cerca de R$ 39.853,10), além de diversas outras melhorias contratuais, na tentativa de encerrar uma paralisação que tem causado sérios prejuízos à empresa.
A nova oferta foi resultado de uma intervenção do governo Biden, com a Secretária de Trabalho interina dos EUA, Julie Su, mediando diretamente as negociações entre a Boeing e o sindicato IAM 751, que representa os trabalhadores conhecidos como maquinistas.
Na manhã de sábado (19), o sindicato anunciou ter recebido oficialmente a proposta da Boeing, acreditando que ela seria suficiente para encerrar a greve nas fábricas de aeronaves da empresa em Portland e Seattle, informou a Reuters.
A paralisação, que já dura mais de um mês, interrompeu as linhas de montagem de aeronaves na região de Puget Sound, levando a Boeing a planejar a demissão de cerca de 10% de sua força de trabalho numa tentativa desesperada de estabilizar suas finanças.
A oferta mais recente inclui um aumento de 35% nos salários ao longo de quatro anos, superando a proposta anterior de 30%, considerada pela Boeing sua “melhor e última” oferta, apresentada sem negociações com o sindicato.
O bônus de ratificação também foi elevado de US$ 6.000 para US$ 7.000, e a Boeing concordou em restabelecer o programa de bônus anual. Além disso, a empresa prometeu melhorar seu plano 401(k) e flexibilizou sua política sobre chamadas para licença médica.
O sindicato informou aos seus membros que realizará uma votação de ratificação do contrato na quarta-feira, 23 de outubro, com uma simples cédula de ‘aceitar’ ou ‘rejeitar’. “A decisão será tomada pela maioria simples (50% +1) dos votos”, declarou o sindicato em comunicado divulgado em sua conta oficial no X.
Na semana ada, o CEO da Boeing, Kelly Ortberg, alertou os trabalhadores sobre a gravidade dos desafios enfrentados pela empresa, ao anunciar planos para cortar drasticamente os custos em toda a organização.
“Além de superar o ambiente atual, restaurar nossa empresa exigirá decisões difíceis e mudanças estruturais para garantir que possamos permanecer competitivos e atender nossos clientes a longo prazo“, disse Ortberg.
Anteriormente, Stephanie Pope, presidente da divisão de Aeronaves Comerciais da Boeing, havia responsabilizado o sindicato pelo ime nas negociações salariais, afirmando que as exigências dos maquinistas estavam “muito além” do que a Boeing poderia sustentar para manter sua competitividade.
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