
A Comac, principal fabricante de aeronaves da China, anunciou a intenção de aumentar sua capacidade de produção do C919 – o primeiro jato narrowbody desenvolvido internamente no país – em 50% ainda este ano, intensificando a concorrência contra o duopólio da Boeing e Airbus no mercado doméstico. As informações foram compartilhadas com fornecedores durante uma conferência em Xian nesta semana. 1mo3s
A empresa, oficialmente conhecida como Commercial Aircraft Corporation of China, confirmou que planeja aumentar sua capacidade de produção para 75 aeronaves, um aumento em relação ao número de 50 previamente anunciado em janeiro.
Além disso, a Comac estabeleceu como meta aumentar a capacidade de produção anual do C919 para 200 aeronaves até 2029.
A fabricante com sede em Xangai pretende produzir mais de 50 jatos C919 este ano, superando sua meta original de 30. A previsão é que a produção anual alcance 150 unidades até 2029.
Embora a Comac não tenha divulgado detalhes específicos em sua conta no WeChat, os números foram amplamente divulgados no serviço de microblog Weibo, através de capturas de tela e relatos de participantes da conferência. A empresa não respondeu a um pedido de confirmação enviado ao veículo de comunicação.
De acordo com o plano de produção apresentado na conferência, a capacidade de produção do C919 deve aumentar para 100 aeronaves no próximo ano. Além disso, foi informado que os custos anuais de aquisição do programa C919 subiram 70% em relação ao ano anterior, totalizando cerca de 34 bilhões de yuan (aproximadamente US$ 4,7 bilhões) para este ano.
Fundada em 2008, a Comac desempenha um papel fundamental na iniciativa de autossuficiência da China em aviação. O C919, que entrou em serviço comercial em maio de 2023, desafia a posição dos líderes de mercado nas aeronaves narrowbody, o Boeing 737 e o Airbus A320. Até o final do ano ado, a Comac já havia entregue 16 C919 a clientes.
Durante a conferência, o presidente da Comac, Shen Bo, comunicou a 229 fornecedores nacionais e internacionais que o programa C919 “entrou em uma nova fase de industrialização em larga escala”. A empresa garantiu centenas de pedidos para o C919 e o C909, anteriormente conhecido como aeronave regional ARJ21.
A Comac também está intensificando seus esforços para expandir sua linha de produtos com jatos de fuselagem larga, como o C929 e C939 – a resposta da China ao icônico jato jumbo 747 da Boeing, ambos ainda em desenvolvimento. As três principais companhias aéreas da China – Air China, China Eastern Airlines e China Southern Airlines – já fizeram pedidos de centenas de grandes aeronaves à Comac.
Nesse ano, durante o feriado do Ano Novo Lunar, as operações do C919 foram ampliadas, com uma taxa de utilização dos jatos crescendo 40% em comparação com o ano anterior. O CEO da Cathay Pacific Airways, de Hong Kong, Ronald Lam Siu-por, liderou uma equipe de executivos em uma visita à Comac no final do ano ado para se informar sobre o progresso e os planos da fabricante.
Alex McGowan, diretor de operações e entrega de serviços da Cathay Pacific, comentou na semana ada em uma coletiva de imprensa que a companhia está interessada em saber se os planos da Comac incluirão a introdução de uma variante alongada do C919, dada a estrutura de rotas e demanda de mercado específicas da companhia.
Ele também expressou interesse sobre como o C929 e suas opções de motor estão sendo desenvolvidos, para entender se isso poderia atender às necessidades futuras da Cathay Pacific em jatos de fuselagem larga de tamanho médio.