
O governo moçambicano acaba de tomar uma decisão que promete remodelar o setor aéreo do país: a venda de 91% das ações da Linhas Aéreas de Moçambique (LAM) para três empresas estatais.
De acordo com o ECO, a medida foi anunciada na última terça-feira pelo porta-voz do Conselho de Ministros, Inocêncio Impissa, após uma sessão em Maputo. Esse movimento está avaliado em 130 milhões de dólares, que deverão ser utilizados na aquisição de oito novas aeronaves.
As únicas empresas autorizadas a adquirir as ações da LAM são a Hidroelétrica de Cahora Bassa (HCB), os Caminhos de Ferro de Moçambique (CFM) e a Companhia de Seguros de Moçambique (Emose). Com isso, o governo espera proporcionar uma nova gestão da companhia aérea, que tem enfrentado uma série de desafios operacionais.
Impissa destacou que a interação dessas estatais com a LAM será crucial para a implementação de um plano de reestruturação, acompanhado de perto pelo governo, que demandará informações periódicas sobre o andamento das operações.
A LAM, que já viu a devolução de um Boeing 737-300 à Indonésia após um ano sem operação, em meio a problemas de certificação, prepara-se agora para arrendar aeronaves Embraer E-190 e Boeing 737-700 através de um processo de licitação que se encerrará na próxima sexta-feira. Essa contratação é vital para a recuperação de uma empresa que, em menos de um ano, já trocou de liderança três vezes.
Recentemente, surgiram denúncias de esquemas de desvio de dinheiro dentro da companhia, resultando em perdas estimadas em quase três milhões de euros. A Central de Combate à Corrupção de Moçambique está investigando as acusações de corrupção que envolvem a venda de agens aéreas e a istração da frota da LAM.