
Na mesma noite em que um avião de combate da Marinha dos EUA foi abatido sobre o Mar Vermelho, um segundo avião quase sofreu o mesmo destino.
Na ocasião, um F/A-18 Super Hornet, voando alguns quilômetros atrás do Hornet abatido, foi forçado a realizar manobras evasivas após um segundo míssil terra-ar ser disparado do cruzador USS Gettysburg.
O avião estava se preparando para pousar no porta-aviões Harry S. Truman, segundo uma fonte com conhecimento do incidente, que falou à Fox News.
Um oficial da Marinha confirmou que um segundo míssil SM-2 foi disparado do USS Gettysburg e acrescentou que a Marinha está investigando se o míssil tinha como alvo a segunda aeronave.
A investigação também busca determinar se o USS Gettysburg desligou o sistema de orientação do míssil. Até o momento, não havia sido relatado que uma segunda aeronave da Marinha dos EUA quase foi abatida, informou o Aviacionline.
O Comando Central dos EUA (CENTCOM), responsável por liderar ataques aéreos no Oriente Médio, incluindo operações contra os rebeldes Houthi apoiados pelo Irã no Iêmen, divulgou anteriormente um comunicado sobre o incidente de “fogo amigo”.
Segundo o comunicado: “O cruzador de mísseis guiados USS Gettysburg (CG 64), parte do grupo de ataque do porta-aviões USS Harry S. Truman, disparou por engano e atingiu o F/A-18, que voava do USS Harry S. Truman“.
No entanto, uma fonte contestou essa versão. Segundo ela, o F/A-18 Super Hornet estava tentando pousar no porta-aviões Truman após realizar uma missão de reabastecimento em voo para aeronaves que realizavam ataques aéreos sobre o Iêmen.
“Era a tripulação de um avião-tanque voltando para pousar no porta-aviões, que estava a cerca de 16 quilômetros de distância. Eles perceberam que o míssil estava em curso de impacto e reagiram cerca de três segundos antes do míssil atingir o avião“, relatou a fonte.
O piloto e o oficial de sistemas de armas ejetaram-se e foram resgatados por um helicóptero, retornando ao porta-aviões. Um deles sofreu “ferimentos leves“, segundo comunicado do CENTCOM.
Nem o Comando Central dos EUA, nem o Pentágono revelaram que um segundo caça quase foi abatido pelo USS Gettysburg.
Na noite do incidente, o CENTCOM informou, por meio de um comunicado publicado no X (antigo Twitter), que suas forças “conduziram ataques aéreos de precisão contra uma instalação de armazenamento de mísseis e uma instalação de comando e controle operada pelos Houthis apoiados pelo Irã em território Houthi, em Sanaa, Iêmen, no dia 21 de dezembro“.
Desde o incidente de fogo amigo, não foram registrados novos ataques do grupo de ataque do Truman contra os Houthis.
Pilotos da Marinha demonstraram indignação com o ocorrido, questionando o treinamento a bordo do USS Gettysburg, considerado “insuficiente“, de acordo com uma fonte.
O incidente de “fogo amigo” ocorreu poucos dias após a chegada do grupo de ataque do porta-aviões Harry S. Truman ao Mar Vermelho. Os ataques de 21 de dezembro contra os Houthis foram os primeiros realizados pelo grupo desde sua chegada à costa do Iêmen.
Na mesma noite em que os ataques aéreos foram realizados, navios de guerra americanos foram atacados, o que pode ter contribuído para o incidente de “fogo amigo“.
No comunicado sobre os ataques, o CENTCOM afirmou: “Durante a operação de 21 de dezembro, as forças do CENTCOM também abateram vários veículos aéreos não tripulados de ataque unidirecional Houthi (UAVs OWA) e um míssil de cruzeiro antinavio (ASCM) no Mar Vermelho“.
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