
O Presidente da Colômbia, Gustavo Petro, foi a público falar sobre a situação de falta de combustível de aviação nos aeroportos do país. Neste domingo, dia 25, começou a ser veiculada nas redes sociais uma circular informativa da AeroCivil, o órgão do governo federal da Colômbia responsável pela aviação, similar à ANAC.
Nesta circular da AeroCivil, é informado que a regra de slots (um slot é igual a um direito de horário de pouso mais um direito de horário de decolagem) será flexibilizada entre os dias 28 de agosto e 4 de setembro, dada “a disponibilidade de fornecimento de combustível de aviação”.
Outro comunicado, desta vez da LATAM, afirma que “se esgotaram os estoques de combustível de aviação JET A1 nos aeroportos de Letícia (fronteira com a cidade brasileira de Tabatinga), Montería e Bucaramanga, enquanto o de Bogotá está em níveis críticos. Isto é resultado da crise de abastecimento gerada pela falha elétrica da Refinaria de Cartagena no último dia 16 de agosto”.
Porém, nestes quatro aeroportos, tanto os voos da LATAM como da Avianca e outras companhias aéreas operaram com relativa normalidade domingo, com alguns atrasos e cancelamentos.
Os voos entre o Brasil e Colômbia também operam parcialmente, sendo que o voo Bogotá – Manaus da Avianca, foi cancelado nesta noite de domingo (25), e um dos dois voos diários da companhia para o Rio de Janeiro, saindo da capital colombiana, foi cancelado nesta segunda pelo mesmo motivo de falta de combustíveis.
Após muitos rumores e acusações, o presidente colombiano Gustavo Petro veio ao Twitter afirmar que “não há escassez de combustível de aviação. O que existe é uma atividade irregular que já está sob investigação”.
No hay escasez de combustible para avión. Lo que existe es una actividad irregular que ya está bajo investigación. pic.twitter.com/3IW49AhQzQ
— Gustavo Petro (@petrogustavo) August 25, 2024
Ele compartilhou uma nota da Ecopetrol, a estatal colombiana de Petróleo, que diz ter recuperado “a operação nas três unidades da Refinaria de Cartagena, uma vez resolvida a contingência que ocorreu há 10 dias devido a uma falha elétrica, e após o reinício sequencial dessas unidades de processamento no último dia 18 de agosto”.
A empresa petrolífera da Colômbia destaca que está com um plano de contingenciamento, que decidiu importar 100 mil barris de combustível de aviação, que chegarão ao país no próximo final de semana. Até o momento, não foi informado de que país virá este material.
“É esperado que até o final de agosto seja restabelecido em torno de 95% do fornecimento de combustível para aviação, incluindo a produção das refinarias de Cartagena e Barrancabermeja“, afirma a nota oficial.

“Garantir o abastecimento de combustível de aviação no país é uma questão crítica para a estabilidade da operação aérea na Colômbia. É fundamental avaliar medidas estruturais que ofereçam melhores ferramentas para enfrentar contingências como essa, onde os mais afetados seriam nossos ageiros”, afirmou Santiago Álvarez, diretor-executivo da LATAM Airlines Colombia, como apurou o portal parceiro Aviacionline.
A Associação Latino-Americana e do Caribe de Transporte Aéreo (ALTA) enfatizou a urgência de tratar a crise de abastecimento de combustível de aviação Jet A1 na Colômbia como uma questão de Estado. Foram cobradas transparência e organização da crise de abastecimento, além de flexibilização para que as empresas possam importar combustível de aviação.
“A indústria da aviação na Colômbia é essencial”, afirmou a ALTA em sua nota oficial, destacando que o turismo contribuiu para 5% do PIB do país.