A JSC Yakovlev Corporation confirmou que, após a certificação do Yakovlev MC-21-300/310 (anteriormente conhecido como Irkut MC-21), continuará com o desenvolvimento da versão encurtada, o MC-21-210, projetada para competir com os Airbus A220 e Embraer E2. Esse movimento se deve à necessidade de cobrir o segmento de aviões de 100 a 160 assentos entre as companhias aéreas da federação russa e sua área de influência.
O desenvolvimento do MC-21-210 começou formalmente em abril de 2024, dois anos após o anúncio de novas variantes do MC-21. No entanto, a prioridade atual da Yakovlev é completar os testes e a certificação do MC-21-310, cujo primeiro avião deverá ser entregue em 2025, como informa o portal parceiro Aviacionline.
Esta versão, com capacidade para 160 a 211 ageiros, foi projetada para substituir aviões como o Boeing 737 e o Airbus A320 no mercado russo, e já virá com motores russos, ao contrário do MC-21-300 original que estava equipado com motores americanos, que não podem ser utilizados agora pro causa das sanções envolvido a invasão da Ucrânia.
No caso do MC-21-210, sua capacidade estará entre 132 e 163 assentos, posicionando-se como um concorrente direto do Airbus A220-100/-300 e do Embraer E195-E2. Atualmente, não existem aeronaves em desenvolvimento com essas configurações de capacidade, e as sanções deixaram as companhias aéreas locais sem opções de o a modelos ocidentais.
Para acelerar o desenvolvimento do MC-21-210, a Yakovlev integrou engenheiros-chave que trabalharam no Sukhoi Superjet 100 (SSJ-100), o que pode ser essencial para o sucesso do projeto, já que será fabricado com materiais e aviônica russos e estará equipado com motores PD-14.
O MC-21-210 poderá substituir aproximadamente 60 aeronaves em companhias aéreas russas, que atualmente operam modelos como o Embraer E190-E1, Airbus A319ceo, Boeing 737-500 e Boeing 737-700, como Aurora, UTAir, Rossiya, Yakutia, Ural Airlines, Ikar, entre outras. Em 2021, a companhia aérea Azimuth anunciou um pedido de seis Airbus A220, mas as sanções impediram a concretização dessa aquisição.
O primeiro MC-21 continua enfrentando atrasos
O desenvolvimento do MC-21 enfrentou atrasos, em grande parte devido à “russificação” do modelo, que exigiu a substituição de 36 sistemas ocidentais por componentes russos, o que aumentou o peso da aeronave e reduziu seu alcance de 6.200 km para 5.000 km.
Segundo o diretor-geral da Yakovlev, Andrei Boginsky, a empresa está determinada a evitar os erros do ado em modelos futuros, como o MC-21-210 e a versão de maior capacidade, o MC-21-410, que poderá transportar até 260 ageiros.
Após a certificação do MC-21-310 e o início da produção do MC-21-210, a Yakovlev avançará com o desenvolvimento do MC-21-414, a versão mais longa que visa competir com o mercado deixado pelo Boeing 757-300.
