A Spirit Airlines divulgou hoje, 29 de janeiro, um relatório oficial informando que recebeu uma proposta da Frontier Group Holdings, empresa controladora da Frontier Airlines, para uma possível fusão.
A proposta inclui a emissão de US$ 400 milhões em dívida e 19% das ações ordinárias da Frontier, que seriam distribuídas aos detentores de notas seniores garantidas e outros créditos relacionados ao plano de reorganização da Spirit no Capítulo 11 da Lei de Falências dos EUA.
Apesar das conversas iniciais entre as companhias, a Spirit Airlines rejeitou a oferta. Em carta enviada à Frontier, a empresa afirmou que a proposta contém deficiências significativas, tornando sua execução inviável. Entre os principais problemas apontados está a exigência de US$ 350 milhões em novos financiamentos por parte dos credores da Spirit, o que foi considerado arriscado e financeiramente insuficiente.
A Spirit também destacou que o acordo oferecido é inferior a um entendimento econômico prévio alcançado entre as empresas no ano ado, do qual a Frontier desistiu unilateralmente, abrindo espaço para a JetBlue, que fechou um acordo que acabou sendo barrado pela justiça a pedido do governo americano.
Além disso, a proposta não cobre as dívidas da Spirit nem oferece uma recuperação financeira adequada para seus acionistas.
Para analisar a oferta, os detentores de títulos da Spirit concordaram em um acordo de confidencialidade e suspender suas negociações, enquanto a empresa adiava sua audiência de confirmação do plano de recuperação judicial. No entanto, diante da falta de melhorias na proposta e do risco de prolongar ainda mais o processo de emergência da falência, o conselho da Spirit decidiu encerrar as negociações.
Os grupos de credores da empresa também informaram que não irão estender os acordos de confidencialidade, que estavam programados para expirar na manhã do dia seguinte.
A decisão representa um obstáculo para a Frontier Airlines, que busca consolidar sua posição no mercado através de aquisições, e também reflete os desafios enfrentados pela Spirit Airlines em meio ao seu processo de recuperação financeira. As duas companhias aéreas são as maiores de ultra-baixo-custo dos EUA, oferecendo as tarifas mais baratas, mas em aeronaves menos confortáveis e com cobrança de todos os serviços “adicionais”, incluindo check-in presencial e uso de malas no bagageiro acima dos assentos.
