Início Empresas Aéreas

TAP descarta voos para Curitiba por pista curta e também não pretende voar a João Pessoa 6x2x1f

6vbc



Airbus A330neo da TAP decolando de Belo Horizonte

A TAP Air Portugal não pretende expandir sua malha aérea para novas cidades brasileiras em 2025, e dois dos destinos mais cogitados estão, por ora, fora dos planos da companhia.

Atualmente, a TAP opera voos para 13 capitais brasileiras por meio de 15 rotas, partindo de Lisboa e Porto, o que a torna a empresa com a maior malha aérea internacional no Brasil. No entanto, a forte concorrência e a recente queda de receita da estatal portuguesa impam freios a futuros planos de crescimento.

Em entrevista ao jornal português Diário de Notícias, Carlos Antunes, diretor da TAP para as Américas, afirmou que, apesar da adição de Florianópolis e do retorno da rota para Porto Alegre, a presença da empresa no Brasil se mantém praticamente estável.

Isso porque houve redução de frequências e substituição de aeronaves. Porto Alegre ou a receber o Airbus A330-900neo, com 298 assentos, enquanto Florianópolis opera com o A330-200ceo, de 269 lugares — uma adequação à demanda da capital catarinense.

No Norte, a rota para Manaus foi retomada, mas com o Airbus A321LR, de 154 assentos, operando com escala em Belém. Segundo Antunes, “não há demanda para encher um avião inteiro” se o voo fosse direto entre Lisboa e Manaus.

A TAP também foi cobrada pelo governador de Minas Gerais, Romeu Zema, para tornar diário o voo para o Aeroporto Internacional de Confins, que atualmente ocorre seis vezes por semana. Segundo o político, os voos têm alta ocupação. No entanto, para Antunes, é preciso manter uma taxa de ocupação superior a 90% para justificar uma frequência de sete partidas por semana.

Entre os possíveis novos destinos, Curitiba aparece como uma opção em potencial, mas com limitações técnicas. “Curitiba é uma cidade espetacular, com grande potencial de demanda e negócios. Mas não conseguimos operar no Aeroporto Afonso Pena porque a pista é muito curta”, afirmou o executivo.

O aeroporto tem pista de 2.218 metros, o que limita voos de longa distância com aviões de grande porte. Atualmente, grandes cargueiros como Boeing 747F, 767F e 777F operam ali apenas em rotas mais curtas na América do Sul, onde a necessidade de combustível — e, portanto, o peso — é menor.

Apesar de ser uma demanda antiga de companhias aéreas e moradores, não há obras em execução para ampliar a pista do Afonso Pena, que depende de desapropriações e obras públicas para a construção de uma terceira pista ou ampliação das pistas atuais.

Outro destino especulado é João Pessoa. Segundo a Embratur, havia negociações para a TAP iniciar voos internacionais para a capital paraibana. Caso se confirmasse, seria o primeiro voo intercontinental regular no Aeroporto Castro Pinto. Contudo, a demanda ainda é considerada insuficiente.

Já temos uma malha extremamente qualificada no Nordeste, com muitos voos e grande capacidade. Para levar ageiros de João Pessoa, contamos com parceiros como Azul, LATAM e GOL. É como em Portugal: quem está no Norte pega um voo doméstico para Lisboa ou usa transporte terrestre”, concluiu Antunes.

Com isso, a TAP não prevê mudanças em sua operação no Brasil pelo restante de 2025, sem novos destinos, alterações de aeronaves ou modificações significativas que impactem diretamente os ageiros.