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Tragédia nos céus de Nova York: 64 anos do acidente que mudou muitas coisas na aviação

Em 16 de dezembro de 1960, uma colisão aérea sobre Nova York se tornou um dos desastres mais mortais da história da aviação dos Estados Unidos, resultando na morte de 134 pessoas e marcando um ponto de inflexão nos sistemas de controle de tráfego aéreo e na segurança da aviação.

Este evento trágico foi, até 1968, o acidente aéreo com o maior número de fatalidades em todo o mundo e o primeiro a resultar na destruição total de um DC-8.

A colisão envolveu o voo 826 da United Airlines, um Douglas DC-8 que seguia de Chicago para o Aeroporto Idlewild (hoje conhecido como Aeroporto Internacional John F. Kennedy), e o voo 266 da Trans World Airlines (TWA), um Lockheed L-1049 Super Constellation, que estava a caminho do Aeroporto LaGuardia, procedente de Dayton, Ohio.

O acidente aconteceu às 10h33, sobre Staten Island, em meio a densas nuvens que dificultavam a visibilidade e a navegação. O DC-8, voando a 557 km/h, desviou 19 quilômetros de sua rota designada devido a um erro de navegação e colidiu com a fuselagem do Constellation, que teve sua asa direita arrancada.

Como relembrou o Aviacionline, a investigação posterior revelou que, embora o DC-8 tivesse perdido a maior parte de sua asa direita e um motor, ainda conseguiu permanecer no ar por mais 90 segundos.

As consequências imediatas foram devastadoras. O Constellation caiu em Staten Island, matando instantaneamente todos os 44 ageiros e membros da tripulação a bordo, enquanto destroços da aeronave caíram no Porto de Nova York.

O DC-8, que transportava 84 pessoas, perdeu o controle e colidiu com uma área residencial no bairro Park Slope, no Brooklyn, destruindo diversos edifícios e resultando na morte de seis pessoas em solo, elevando o total de fatalidades para 134.

Testemunhas descreveram cenas de caos e horror, com chamas consumindo edificações e destroços espalhados por ruas e telhados. As operações de resgate foram dificultadas pela intensidade dos incêndios e pelas baixas temperaturas de dezembro.

Inicialmente, apenas um ageiro sobreviveu ao impacto: Stephen Baltz, um menino de 11 anos que estava viajando sozinho no DC-8, mas infelizmente faleceu no dia seguinte.

Impacto na Segurança da Aviação

A tragédia expôs a urgente necessidade de melhorias nos sistemas de controle de tráfego aéreo e na navegação. Naquela época, os controladores dependiam em grande parte das posições reportadas pelos pilotos e de sistemas de radar rudimentares, que eram inadequados para lidar com o volume crescente de tráfego aéreo.

O acidente levou a uma reforma abrangente no sistema de gerenciamento de tráfego aéreo dos EUA, acelerando a adoção de sistemas baseados em radar e regras mais rigorosas para a separação de aeronaves.

A então Comissão de Aeronáutica Civil (CAB) delineou os-chave para melhorar a eficiência do sistema de controle de tráfego aéreo:

– Uma regulamentação especial (SR-445) foi emitida, exigindo que pilotos operando sob regras de voo por instrumentos (IFR) reportassem falhas no equipamento de navegação ou comunicação.

– Um programa foi estabelecido para exigir que todas as aeronaves com potência a turbina estivessem equipadas com equipamentos de medição de distância (DME) até 1º de janeiro de 1963.

– O serviço de transferência por radar para aeronaves que chegavam e partiam da área de Nova York foi ampliado em comparação com os níveis anteriores ao acidente.

– Os controladores foram instruídos a avisar as aeronaves a jato que precisavam reduzir a velocidade para padrões de espera apropriados pelo menos três minutos antes de alcançarem o ponto de espera.

Em 8 de março de 1961, o presidente Kennedy direcionou o da FAA, Najeeb Halaby, a realizar uma revisão científica e técnica das instalações de aviação e dos programas de pesquisa e desenvolvimento, com o objetivo de criar um plano de longo prazo para garantir um controle de tráfego aéreo eficiente e seguro nos Estados Unidos.

Como resposta, a FAA formou a força-tarefa Project Beacon, que lançou seu relatório em 11 de setembro de 1961, destacando a necessidade de melhorias substanciais para lidar com o crescimento projetado da aviação. Entre as principais propostas estava a implementação de um Sistema de Radar de Controle de Tráfego Aéreo (ATCRBS) e o aumento do uso de computadores de propósito geral.

Embora já houvesse avanços significativos em procedimentos de controle de tráfego aéreo após a colisão que ocorreu em 1956 sobre o Grand Canyon, esta tragédia em 1960 reforçou a necessidade de sistemas modernos e independentes para prevenir colisões.

O relatório do Project Beacon recomendou a implementação de radar secundário, que utilizava transponders instalados nas aeronaves para transmitir códigos únicos e informações de altitude, permitindo rastreamento contínuo.

O sistema ATCRBS proposto oferecia melhorias significativas com 4.096 códigos únicos e reportes de altitude, facilitando o trabalho dos controladores e aumentando a eficiência do sistema. Essas recomendações foram rapidamente adotadas após a diretiva do presidente Kennedy em 7 de novembro de 1961.

Carlos Ferreira
Carlos Ferreira
Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.

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