
Uma nova força armada pode surgir em breve nos EUA, com Trump prometendo a criação das milícias das forças espaciais. Hoje, os americanos contam com 6 forças principais: o Exército, a Força Aérea, a Força Espacial, a Marinha, a Guarda Costeira e os Fuzileiros Navais. Cada um destes tem comandos independentes e orçamento próprio, além de funções distintas.
Dentro do Exército e da Força Aérea Americana, existem ainda as Guardas Nacionais, que são tropas de reservistas a nível estadual, onde o Comandante-Chefe não é o Presidente dos EUA, e sim o governador do estado respectivo.
A Guarda Nacional surgiu como uma milícia, que são grupos civis armados e organizados, no caso para defender as colônias britânicas, e depois se tornaram forças contra o domínio britânico. Após a independência, se organizaram e parte delas se tornaram o Exército e os Fuzileiros, mas os estados ainda puderam e podem manter suas próprias “milícias” até hoje.
Enquanto a parte de tropa terrestre se manteve, a parte anfíbia foi totalmente incorporada pelos Fuzileiros. Por outro lado, após a Segunda Guerra Mundial, surgiu a necessidade de criar as Guardas Aéreas Nacionais (ANGs), que têm o mesmo objetivo das guardas nacionais, que é de defender o território de cada estado, mas desta vez no ar.
Hoje as 100 guardas (duas por estado) tem função mais de uma segunda reserva ativa das forças armadas, e fazem papel importante em casos de missões humanitárias como o desastre do Furacão Katrina em 2005, além de patrulharem fronteiras e no caso do ar, manterem aeronaves civis longe de espaços aéreos s.
Por ser algo historicamente ligado a territórios e divisas, nunca houve uma demanda para criar guardas navais ou espaciais por estado, exatamente pelo fato de que nenhum estado (mesmo costeiro) tem autoridade sobre o oceano e o espaço sideral. Mas para Trump, existe uma necessidade.
A Força Espacial, criada em seu primeiro mandato, foi a separação das funções espaciais da USAF para uma força dedicada, que teria toda a responsabilidade que até então estava no Comando Espacial da Força Aérea, principalmente no que se refere à manutenção de satélites, proteção do sistema GPS e detecção de mísseis de alta altitude.
“Agora com a Força Espacial funcionando, e eu concordo que sua liderança quer isso, que a hora chegou de criar a Guarda Espacial Nacional, como força de combate primário e preservação da Força Espacial Americana”, afirmou Trump, durante discurso nesta segunda (26) na Associação de Guardas Nacionais.
Trump has announced the creation of a Space National Guard, designed to be the primary combat reserve for the U.S. Space Force, which he founded in 2019.
— Shadow of Ezra (@ShadowofEzra) August 26, 2024
He emphasized the critical role of the Space Force, describing it as "very, very important." pic.twitter.com/JMEPjwaJn4
Recentemente, governadores de 48 estados am uma carta conjunta que foi enviada ao Pentágono para que fosse paralisado um plano de transferir pessoal da ANG para a Força Espacial. Já Washington considera que é mais barato realizar este movimento do que criar uma nova força.
Por outro lado, a Força Espacial precisará, em um momento ou outro, de um quadro de reservistas, como qualquer outra força armada no mundo. O movimento natural, porém, seria estabelecer uma reserva dedicada, aos moldes das Marinha, Fuzileiros e Guarda Costeira, e não uma Guarda Nacional.
Vale lembrar que a fala de Trump não é detalhada, mas o serviço de proteção de bases e pessoal é feito pelas chamadas Security Forces (foto abaixo). Elas atuam exclusivamente em torno da proteção dos próprios militares contra potenciais ameaças dentro do território americano e em volta das bases no exterior. De certa maneira, elas exercem uma função próxima feita no Brasil pelas Polícias do Aeronáutica/Exército/Marinha, e das tropas de guarda nos quartéis brasileiros.
